Quantas vezes julgamos um livro pela capa ou criticamos algo
sem conhecer? Essa pergunta ecoou na minha mente durante alguns dias, a partir
disso sem sermos hipócritas e reconhecendo nossos erros temos que admitir que
fazemos isso o tempo todo, em todo lugar que vamos e encontramos pessoas
desconhecidas as rotulamos sem se quer ter algum contato, vemos o cara com a
camiseta de tal banda, logo vemos como se fosse estampada uma faixa em sua
testa um conceito que tiramos da nossa cabeça sobre o cara, até mesmo o cidadão
vestido meio esfarrapado meio mal encarado, as vezes pode ser apenas uma
pessoas na pior, mas ai vem automaticamente aquele rótulo: vagabundo, drogado,
mendigo, ladrão e por ai vai.
Hoje em dia ninguém admite que tem preconceito, que rotula
as pessoas, mas faz isso o tempo todo sem perceber, se torna uma espécie de
juiz de tudo e não só nas ruas mas em todo lugar, passamos criticando todas as
coisas que vemos, reclamamos da segunda-feira, criticamos a música do vizinho,
nos tornamos os críticos da arte, da política, do comportamento, como se tudo
que víssemos fosse parar na coluna do jornal da segunda-feira.
Essa nossa capacidade de dar nome ao livro que vemos sem
ler, ou até mesmo de desmerecer aquilo que não conhecemos é uma prática comum,
mesmo negando até o fim deste post que você não faz isso em muitas situações,
quem sabe poucas você fez isso, julgou a menina sem conversar com ela, xingou o
cara no trânsito sem saber porque ele fez o que fez, além disso existem as
pessoas que veem problema em tudo, que criticam até a sombra por ela mudar de
posição com o sol, a pergunta é:Será que criticar tudo e todos, usando o
argumento de que somos capazes de questionar e quem não questiona pode ser
chamado de bitolado ou algo do gênero é bom? Porque passamos 90% do nosso dia
criticando o que vemos na tv, na rua, escutamos em algum lugar ou no culto de
domingo, da mesma maneira que dizemos ser tão liberais e lutadores dos
princípios, que não queremos uma opinião distorcida e manipulada acabamos nos
tornando os juízes do mundo, julgamos o tempo todo e vemos defeito em cada grão
de areia da praia.
Se não temos a autoridade de julgar ninguém nesse mundo
porque continuamos batendo o martelo pra tudo? Algumas vezes sem conhecer,
outras sem entender.
Por causa dos meus julgamentos atravessava a rua quando "julgava" que um sujeito fosse um assaltante e saí ileso até hoje.
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