quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O juiz




Quantas vezes julgamos um livro pela capa ou criticamos algo sem conhecer? Essa pergunta ecoou na minha mente durante alguns dias, a partir disso sem sermos hipócritas e reconhecendo nossos erros temos que admitir que fazemos isso o tempo todo, em todo lugar que vamos e encontramos pessoas desconhecidas as rotulamos sem se quer ter algum contato, vemos o cara com a camiseta de tal banda, logo vemos como se fosse estampada uma faixa em sua testa um conceito que tiramos da nossa cabeça sobre o cara, até mesmo o cidadão vestido meio esfarrapado meio mal encarado, as vezes pode ser apenas uma pessoas na pior, mas ai vem automaticamente aquele rótulo: vagabundo, drogado, mendigo, ladrão e por ai vai.

Hoje em dia ninguém admite que tem preconceito, que rotula as pessoas, mas faz isso o tempo todo sem perceber, se torna uma espécie de juiz de tudo e não só nas ruas mas em todo lugar, passamos criticando todas as coisas que vemos, reclamamos da segunda-feira, criticamos a música do vizinho, nos tornamos os críticos da arte, da política, do comportamento, como se tudo que víssemos fosse parar na coluna do jornal da segunda-feira.

Essa nossa capacidade de dar nome ao livro que vemos sem ler, ou até mesmo de desmerecer aquilo que não conhecemos é uma prática comum, mesmo negando até o fim deste post que você não faz isso em muitas situações, quem sabe poucas você fez isso, julgou a menina sem conversar com ela, xingou o cara no trânsito sem saber porque ele fez o que fez, além disso existem as pessoas que veem problema em tudo, que criticam até a sombra por ela mudar de posição com o sol, a pergunta é:Será que criticar tudo e todos, usando o argumento de que somos capazes de questionar e quem não questiona pode ser chamado de bitolado ou algo do gênero é bom? Porque passamos 90% do nosso dia criticando o que vemos na tv, na rua, escutamos em algum lugar ou no culto de domingo, da mesma maneira que dizemos ser tão liberais e lutadores dos princípios, que não queremos uma opinião distorcida e manipulada acabamos nos tornando os juízes do mundo, julgamos o tempo todo e vemos defeito em cada grão de areia da praia.

Se não temos a autoridade de julgar ninguém nesse mundo porque continuamos batendo o martelo pra tudo? Algumas vezes sem conhecer, outras sem entender.  

Um comentário:

  1. Por causa dos meus julgamentos atravessava a rua quando "julgava" que um sujeito fosse um assaltante e saí ileso até hoje.

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